quinta-feira, 24 de março de 2011

Incontinência Urinária Pós-prostatectomia

O câncer (CA) de próstata é a segunda causa de óbitos por neoplasia em homens 1, doença que ocorre principalmente após os 50 anos, tendo sua incidência duplicada a cada década de vida 2. Seu diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível, sendo realizado através do toque retal e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA), caso haja alguma suspeita é realizada a biópsia para a confirmação 3.
O tratamento do CA é variado. Diverge de acordo com o estadiamento da doença, expectativa de vida do individuo e as condições clínicas do paciente, alem da disponibilidade de recursos e desejo individual. As opções vão desde a radioterapia, hormonioterapia, até a cirurgia, a qual poderá ser uma ressecção total ou parcial 3. Observa-se que a prostatectomia radical é a intervenção mais utilizada nos casos de CA de próstata 4, porém esse procedimento pode acarretar complicações que refletem diretamente na qualidade de vida do paciente, como incontinência urinária (IU) e disfunção erétil; onde em 88% dos casos os estudos urodinâmico apontam à insuficiência do esfíncter como principal causa de incontinência pós-prostatectomia (IPP) 3.
A IPP é uma complicação cirúrgica com incidência que varia de 5% a 57%, principalmente no primeiro ano após intervenção cirúrgica 1,5,6,8,9,10,11, discrepância que pode esta relacionado a variação na definição e tempo de incontinência, bem como do método utilizado para avaliá-la 8,12. O tratamento desta disfunção depende do seu mecanismo, da sua importância e do tempo pós-cirúrgico 13. Pois, a mesma pode melhora em alguns dias, semanas ou meses sem intervenção, mas em alguns casos, isso não ocorre 1. A intervenção pode ser medicamentosos, cirúrgicos e/ou fisioterapêuticos.
Alguns estudos referem-se à fisioterapia como um tratamento bem aceita pelos pacientes quando comparados aos outros disponíveis; o mesmo é de baixo custo, fácil acesso e sem efeitos colaterais 2, além de reduz significativamente o tempo da recuperação da continência 14,15,16, e, consequentemente melhora a qualidade de vida dos homens prostatectomizados 15. Contudo, apesar desta informação, raramente a fisioterapia é descrita como tratamento de primeira escolha em estudos sobre a IPP. 16, 17

“A ignorância é o que travanca o Brasil!!!”

Procure se informar mais!!!
1. Floratos DL, Sonke GS, Rapidou CA, et al. Biofeedback vs verbal feedback as learning tools for pelvic muscle exercise in the early management of urinary incontinence after radical prostatectomy. BJU Int. 2002;89(7):714-9.
2. Ferreira U, Nardi AC. Câncer da próstata. In: Netto Jr. NR. Urologia prática. 4ª ed. São Paulo: Atheneu. 1999.p 237-46.
3. Perissinotto MCR. Treinamento do assoalho pélvico na incontinência urinária pós-prostatectomia radical. [TESE DE MESTRADO] Campinas, SP : Faculdades de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2008. 74p. Especialização em Cirurgia. [Citado em 24 de abril de 2010]. Disponível: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000433983.
4. Srougi M. Câncer da próstata. In: Hering FLO, Srougi M. Urologia – diagnóstico e tratamento. 1ª ed. São Paulo: Roca. 1998. p 363-66.
5. Kakihara CT. Cinesioterapia na redução da incontinência urinária de pacientes pós-prostatectomizados. Fisioterapia Brasil 2003;4:265-70.
6. Castle EP, Andrews PE, Itano N, Novicki DE, Swanson SK, Ferrigni RG. He male sling for post-prostatectomy incontinence: mean followup of 18 months. J Urol 2005;173:1657-60.
8. Parech AR, Feng MI, Kirages D, Bremner H, Kaswick J, Aboseif S. The role of pelvic floor exercises on post-prostatectomy incontinence. J Urol 2003:170:130-3.
9. Romano SV, Metrebian SE, Vaz F, et al. An adjustable male sling for treating urinary incontinence after prostatectomy: a phase III multicentre trial. BJU Int 2006;97:533-9.
10. Wille S, Sobottka A, Heidenreich A, Hofmann R. Pelvic floor exercises, electrical stimulation and biofeedback after radical prostatectomy: results of a prospective randomized trial. J Urol 2003;170:490-3.
11. Pensona DF, Mclerranc DM, Fengcz, et al. 5-year urinary and sexual outcomes after radical prostatectomy: results from the Prostate Cancer Outcomes Study. J Urol 2008;179:S40-S44.
12. Song C, Doo CK, Hong JH, et al. Relationship between the integrity of the pelvic floor muscles and early recovery of continence after radical prostatectomy. J Urol. 2007 July; 178(1): 208-211.
13. Kubagawa LM, Pellegrine JRF, Lima VP, et al. A eficácia do tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária masculina após prostatectomia. Revista Brasileira de Cancerologia. 2006; 52(2): 179-183.
14. Cornel EB, Wit R, Witjes JA. Evaluation of early pelvic floor physiotherapy on the duration and degree of urinary incontinence after radical retropubic prostatectomy in a non-teaching hospital. World J Urol. 2005 Nov; 23(5): 353-355.
15. Filocamo MT, Marzi VL, Popolo GD, et al. Effectiveness of early pelvic floor rehabilitation treatment for post-prostatectomy incontinence. Eur Urol. 2005 Jun; 48(5):734-738.
16. Kampen VM, Weerdt W, Poppel HV, et al. Effect of pelvic-floor re-education on duration and degree of incontinence after radical prostatectomy: a randomized controlled trial. The Lancet. 2000 Jan; 355(9198): 98-102.
17.Herrmann V, Pelma PCR. Tratamento não-cirúrgico das incontinências urinárias. In: Oliveira CH, Lengruber I. Tratado de Ginecologia FEBRASG. Vol. 2. 2° ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. p. 877-9.

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